Quem gosta de Almeidão, e o frequentava na década de 1990, já soltou este grito tresloucado: "Bota Pêta". Era um atacante do Botafogo da Paraíba, que jogava pela ponta esquerda e tinha a velocidade de um corredor de 100 m rasos.
Rezava a lenda à época que nem era tão bom quanto as pessoas supunham, mas como corria muito, acabava entrando com bola e tudo. É uma teoria válida, não nego. Mas quem se lembra da jogada dele contra o Treze, no gol do título do Campeonato Paraibano de 1999, poderá ter certa dificuldade de acreditar totalmente nela.
Ainda assim, o que o torna tão emblemático para mim é o grito recorrente da torcida, numas das primeiras vezes que eu, de dentro de um estádio, senti a força da coletividade torcedora em ação. Fato é que não raro ele era reserva, e os torcedores acreditavam que sua velocidade era ideal para incendiar a partida na metade final do segundo tempo, quando os adversários já estavam meio cansados. Vi várias vezes a tática funcionar. E o mais curioso em todo esse fenômeno é que os torcedores mais antigos, mais saudosos, em momentos de revezes e de desespero, ainda hoje, muitos anos depois da aposentadoria do ponta-velocista, arriscam um grito de "Bota Pêta" apenas para lembrar de uma época em que o time tinha uma solução pronta no banco para resolver a parada.
Por Phelipe Caldas
Uma das formações do Botafogo de 1998, Campeão Paraibano:
Em pé: Gilmário, Freitas, Lúcio Surubim, Nido, Lúcio
Agachados: Val Pilar, Marcelo Santos, Vivi, Glauco, Betinho e Pêta. |
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